segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Amantes - Pablo Neruda

Pablo Neruda - Amantes

Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza.

Mas há a vida -Clarice Lispector

Mas há a vida - Clarice Lispector

Mas há a vida
que é para ser
intensamente vivida,
há o amor.
Que tem que ser vivido
até a última gota.
Sem nenhum medo.
Não mata.

“La vie” (A vida) é uma pintura de Picasso concebida em 1903. O óleo sobre tela está no Museu de Arte de Cleveland – Estados Unidos. A obra é considerada parte do Período Azul. O homem retratado na pintura trata-se de Carlos Casagemas, amigo do artista, que suicidou-se em 1901. Sua morte é retratada em diversas obras do artista, como em “La mort de Casagemas” (A morte de Casagemas) de 1901 – oléo sobre madeira que está no Museu Picasso, em Paris.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fernando Pessoa

Fiquei um tanto "desassossegada"(buscando referência nas obras de Bernardo Soares um dos heteronimo de Fernando Pessoa) com as visitas em São Paulo, Pinacoteca e Bienal. O contato com as artes visuais e literárias causa um turbilhão de emoções e sensações intensas e incompreendidas, sensações estas que marcam e flecham o interior da gente com imagens, palavras, formas e cores. Segue abaixo,"alguns" muitos de Fernando Pessoa.




"Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção — isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos".

Autor:Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
Livro do Desassossego por Bernardo Soares.Vol.I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982.
- 101.


"Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência".


Autor: Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
Fonte: Obra Poética e em Prosa - O Guardador de Rebanhos.


"Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si-próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus".

"Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira".

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".



Autor: Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
Poemas: Passagem das Horas e Tabacaria

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Atividade Bienal

“Há sempre um copo de mar para um homem navegar" – verso do poeta Jorge de Lima de sua obra Invenção de Orfeu (1952) –, sintetiza o que se busca com a 29ª edição da Bienal de São Paulo: afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela. É nesse “copo de mar” – ou nesse infinito próximo que os artistas teimam em produzir – que está a potência de seguir adiante, como diz o poeta, “mesmo sem naus e sem rumos / mesmo sem vagas e areias”.
Por ser um espaço de reverberação desse compromisso em muitas de suas formas, a mostra vai pôr seus visitantes em contato com maneiras de pensar e habitar o mundo para além dos consensos que o organiza e que o torna ainda lugar pequeno, onde nem tudo ou todos cabem. Vai pôr seus visitantes em contato com a política da arte.
A 29ª Bienal de São Paulo pretende ser, assim, simultaneamente, uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida; momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em nenhuma outra parte. Pretende por tudo isso, envolver o público na experiência sensível que a trama das obras expostas promove, e também na capacidade dessas de refletir criticamente o mundo em que estão inscritas. Enfim, oferecer exemplos de como a arte tece entranhada nela mesma, uma política.
As obras Bandeira Branca de Nuno Ramos e Inimigos de Gil Vicente estão causando polêmicas e protestos devido ao teor das provocações que as próprias obras transmitem aos seus apreciadores. A propósito, quanto mais pesquisamos o assunto, mais profundamente sentimos seu mistério. E talvez a arte deva mesmo seu sentido ao que existe de misterioso, de infinito, de inatingível em nossa cultura e em nossa história. Mas enfim, qual o critério para se afirmar que tal obra é bela e outra não? Utilizando a metáfora preferida de Kandinsky, a arte não seria útil nem agradável, mas teria o poder de tocar um piano existente em nosso espírito, fazendo-o emitir uma melodia suave ou brutal, amorosa ou sombria, gerando um prazer incomparável.

Agora é sua vez de registrar essas sensações e ouvir essa melodia interna partindo das apreciações das obras da Bienal ou da Pinacoteca.
Escolha duas obras que mais lhe causaram sensações, sejam elas de qualquer tipo, fotografe-as e com uma frase de impacto faça a relação obra, sensações e vida, sintetizando a emoção causada no contato com as mesmas.

ATIVIDADES:

ARTES: Duas fotografias no tamanho 13cm x18 cm, podendo ser séphia, PB ou colorida., contendo o nome da obra e artista.
Cole essas fotos num suporte a escolher (cartolina, caixa de sapato, papel colorido, etc.) de forma criativa e acrescente a frase que sintetiza a sensação experimentada.
Data de entrega: 20 de outubro de 2010 e 22 de outubro de 2010.

http://www.29bienal.org.br/FBSP/pt/29Bienal/Paginas/default.aspx adaptação
Professora Raquel Sabota

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

BIENAL - Zeca Baleiro

Bienal
Zeca Baleiro
Composição: Zeca Baleiro / Zé Ramalho



Desmaterializando a obra de arte do fim do milênio
Faço um quadro com moléculas de hidrogênio
Fios de pentelho de um velho armênio
Cuspe de mosca, pão dormido, asa de barata torta
Meu conceito parece, à primeira vista,
Um barrococó figurativo neo-expressionista
Com pitadas de arte nouveau pós-surrealista
calcado da revalorização da natureza morta
Minha mãe certa vez disse-me um dia,
Vendo minha obra exposta na galeria,
"Meu filho, isso é mais estranho que o cu da jia
E muito mais feio que um hipopótamo insone"
Pra entender um trabalho tão moderno
É preciso ler o segundo caderno,
Calcular o produto bruto interno,
Multiplicar pelo valor das contas de água, luz e telefone,
Rodopiando na fúria do ciclone,
Reinvento o céu e o inferno
Minha mãe não entendeu o subtexto
Da arte desmaterializada no presente contexto
Reciclando o lixo lá do cesto
Chego a um resultado estético bacana
Com a graça de Deus e Basquiat
Nova York, me espere que eu vou já
Picharei com dendê de vatapá
Uma psicodélica baiana
Misturarei anáguas de viúva
Com tampinhas de pepsi e fanta uva
Um penico com água da última chuva,
Ampolas de injeção de penicilina
Desmaterializando a matéria
Com a arte pulsando na artéria
Boto fogo no gelo da Sibéria
Faço até cair neve em Teresina
Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria
Com o clarão do raio da silibrina
Desintegro o poder da bactéria

"Inimigos" - Gil VICENTE.

 

Artista 'mata' Lula, FH e outros políticos na obra mais polêmica da Bienal de SP

Plantão | Publicada em 21/09/2010 às 14h00m
Suzana Velasco






Na foto Gil Vicente, ao lada das suas obras matando Lula . Foto Eliária Andrade O artista Gil Vicente em frente a duas das telas de 'Inimigos' / Eliaria Andrade - Agência O Globo
RIO - Ninguém foi mais assediado na segunda-feira do que o pernambucano Gil Vicente, por enquanto a grande estrela da 29ª Bienal de São Paulo. Na última sexta-feira, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de São Paulo fez uma nota de repúdio e ameaçou processar a Fundação Bienal por expor a série de desenhos em carvão "Inimigos", em que Vicente se autorretrata matando personalidades como o presidente Lula, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a rainha da Inglaterra Elizabeth II e o papa Bento XVI. A Bienal já afirmou que não vai retirar a obra, exposta anteriormente em quatro outras cidades.
Confira galeria de fotos com algumas das 359 obras da edição 2010 da Bienal SP - Parece que voltamos à ditadura. A OAB alegou que a obra incita o crime. Qual é o crime maior, criar essa ficção ou o roubo de dinheiro público dos nossos políticos? - questionou Gil Vicente.
O curador Agnaldo Farias criticou a ação como "tacanha e mesquinha":
- Dizer que a obra incentiva a violência é o mesmo que dizer que "Édipo rei" incentiva o incesto. Só chamará mais atenção para o artista, cujo trabalho tem muito mais qualidade do que essa polêmica.
Leia mais: Bienal de São Paulo é labirinto poético longe do vazio da edição anterior

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Obra polêmica da Bienal de Artes de SP é alvo de pichador -JULIANA VAZ /25/09/2010 - 18h57

Bienal de Artes de SP é alvo de pichador -
JULIANA VAZ /25/09/2010 - 18h57


Um pichador invadiu a instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, na Bienal de Artes de São Paulo por volta das 18h20 deste sábado e pichou a estrutura da obra com a frase "Liberte os urubu" (sic). A instalação mantém três urubus vivos em uma tela no vão central do pavilhão de exposições.
Instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, que foi pichada neste sábado durante a abertura da Bienal de Artes de SP
Instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, que foi pichada neste sábado durante a abertura da Bienal de Artes de SP

A Polícia Militar interveio e deteve o pichador. Ativistas de uma ONG que protestavam desde manhã contra a obra gritavam para que ele fosse solto.
Em reportagem publicada pela Folha na semana passada, pichadores já falam abertamente sobre a possibilidade de ataques deste tipo a obras de outros artistas.
"Se alguém vai pichar ou não, se algum quadro vai ser riscado ou não, isso aí a gente só vai saber no dia. E aí vamos ver mesmo se eles [Bienal] estão prezando mesmo pela pichação", disse um dos entrevistados, o pichador Djan Ivson, que integra o evento como convidado.
O confinamento dos urubus já havia irritado internautas e protetores dos animais. Desde a noite de terça-feira (21) -- quando a Bienal abriu para convidados -- há um abaixo-assinado contra a obra e seu criador. Os três urubus, segundo o artista, vão habitar o pavilhão até o fim da mostra.
Desde as 9h, quando a exposição abriu pela primeira vez ao público, vários ativistas da ONG "Animais da Aldeia" percorriam o prédio da Bienal gritando palavras de ordem como "uh uh uh, liberdade aos urubus" e "Bienal, cadê você? Os urubus vão morrer".
A ativista Cristiane Galvão, 38, dizia que os urubus já estavam há quatro horas sem se mexer. Segundo ela, eles ficam expostos à luz e ao barulho, porque as caixas de som estão viradas em sua direção.


URUBUS

Os urubus da instalação "Bandeira Branca", de Nuno Ramos, vieram do Parque dos Falcões, em Sergipe, para ocupar o vão central do pavilhão da Bienal. Eles são alimentados de carne e frango, uma vez por dia. Sempre no final da tarde, já que, depois de comer, param de voar.
A presença dos animais, motivo de abaixo-assinado na internet que pedia o boicote ao artista, é legal, segundo a Bienal.


A Fundação comunicou que "possui todas as licenças exigidas pelos órgãos de preservação ambiental para o uso desses animais".

domingo, 26 de setembro de 2010

Marina Bychkova

 

Quando vi essas bonecas, imediatamente retornei a infância brincando com minha Susi na década de 70, cortando os cabelos e pintando o rosto com canetinha hidrocor...essas bonecas além de remeter ao passado me remete a outra dimensão...a dimensão apreciativa de um objeto altamente estético e provocativo, segue abaixo algumas bonecas....apreciem...

Marina Bychkova nasceu na Rússia mas vive no Canadá desde os 14 anos de idade. Desde muito nova dedicou-se à criação de pequenos modelos articulados, concebidos em diversos materiais, que foi ajustando à medida das exigências do seu próprio trabalho.
Marina Bychkova, “Lolita”, porcelana pintada, 2009
Mais recentemente, a artista deixou de utilizar o barro polímero para se dedicar inteiramente à porcelana. A dimensão dos modelos situa-se entre os 30 e os 40 centímetros de altura e os adereços (verdadeiras miniaturas, como se de filigrana se tratasse) são produzidos exclusivamente para cada peça.

Marina Bychkova, “Lolita”, porcelana pintada, 2009
Marina Bychkova, “Lolita”, adereços
Marina Bychkova, “Lolita”, adereços
Marina Bychkova: “A minha necessidade de trabalhar com bonecos tornou-se evidente quando eu tinha seis anos de idade. Quando era criança, tornei-me dolorosamente consciente da mediocridade das bonecas produzidas em massa. Essa frustração, juntamente com a minha sensibilidade, inspirou-me a criar as minhas próprias bonecas, adaptadas ao meu conceito de beleza feminina.
“Um ponto de particular interesse para mim foi, não só a articulação da vida com o corpo, mas também o equilíbrio entre a forma delicada e a extraordinária função de uma boneca.” (Marina Bychkova)
Marina Bychkova, “Peacock”, porcelana, 2009
Marina Bychkova, “Peacock”, 36 cm de altura
Marina Bychkova, “State Property”, 2009
Marina Bychkova, “State Property”, porcelana tatuada
Marina Bychkova, “Lily”, porcelana pintada, 2009
Marina Bychkova, “Lily”, concepção do penteado
Marina Bychkova no atelier, 2009
“Lily” e Marina Bychkova, 2009
Marina Bychkova, “Little Aristocrat Lily”, 2009
“No início eu só queria ter brinquedos para brincar, mas, progressivamente, o meu desejo de construir bonecas deu lugar à paixão do acto de as fazer e, quando tinha dez anos, o pretexto já não era a brincadeira. O processo de concepção tornou-se então desafiador e a construção dos modelos passou a ser para mim o mais intrigante e divertido de todos os jogos.” (Marina Bychkova)
Marina Bychkova, trabalho de projecto, 2009
Marina Bychkova, construção dos modelos
Marina Bychkova, “Captain Nemo's Daughter”, 2010
Marina Bychkova e uma das suas "Enchanted Doll"
Marina Bychkova vai apresentar no dia 11 de Junho, em Berlim, a sua peça mais recente, concluída este ano e ainda não exibida em público – “Captain Nemo's Daughter”. Local: Strychnin Gallery.
Fontes: aqui, aqui e aqui.
Marina Bychkova, Siberia, Rússia, 1982

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Poemas...imagens...primavera.....Pablo Neruda,Carlos Drummond e Vinicius de Moraes

O Beijo - Klint
A DANÇA/ Pablo Neruda

Não te amo como se fosse rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
te amo secretamente, entre a sombra e a alma.
.
Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta, a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascender da terra.
.
Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo directamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,
.
Se não assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que a tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.


Salvador Dali- A Persistência da Memória.
CORTAR O TEMPO\ Carlos Drummond de Andrade

Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias,
a que se deu o nome de ano,
foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente.

Poética- Vinicius de Moraes

Poética - Vinícius de Moraes

"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando".

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Bienal de SP volta com força, política e mais polêmicas

Bienal de SP volta com força, política e mais polêmicas

22 de setembro de 2010 | 11h 01
AE - Agência Estado
Dois anos atrás, a prisão de uma pichadora moveu os holofotes da discussão artística da Bienal de Arte de São Paulo para a política. Pois hoje, às vésperas da abertura da 29ª edição, a mostra volta ao Pavilhão do Parque do Ibirapuera com nova cabeça e preceito. Parece ser, de fato, impossível separar a arte da política. Cerca de 160 artistas de diversas partes do mundo expõem suas criações ao público, que, a partir de sábado, poderá conferir a exposição, que ganhou o título inspirado em verso do poeta Jorge de Lima (da obra "Invenção de Orfeu", de 1952): "Há sempre um copo de mar para um homem navegar".


Na prática, a arte da política inclui de manifestações objetivas de protesto a divagações sociais. Uma das mais polêmicas, a do artista pernambucano Gil Vicente, decreta sentença de morte a autoridades do mundo todo: o presidente Lula é ameaçado com uma faca no pescoço; FHC tem a mira de um revólver em sua cabeça, e assim também estão a rainha da Inglaterra, Elizabeth II e o papa Bento XVI. Outra provocação é a instalação do brasileiro Henrique Oliveira. Com madeira e PVC, ele propõe uma viagem em "A Origem do Terceiro Mundo". Em alusão ao filme do espanhol Pedro Almodóvar, o visitante pode adentrar uma grande vagina e perder-se
por labirintos.

Um dos principais nomes da arte contemporânea do País, Nuno Ramos também ousa com sua Bandeira Branca ao levar, além das grandes esculturas feitas de areia, três urubus, que estarão soltos num viveiro improvisado ao som de caixas de música. Já o paulistano Luiz Serbini leva à Bienal seu "Inferninho", um grande ambiente negro em que belas projeções coloridas de luz provocam o imaginário dos visitantes.

Com curadoria de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, o evento conta também com um grupo de convidados que conferem o aspecto internacional defendido pela instituição: Fernando Alvim (Angola), Rina Carvajal (Venezuela), Yuko Hasegawa (Japão), Sarat Maharaj (África do Sul) e Chus Martinez (Espanha). Além das artes plásticas, os espaços de convivência organizados pela curadoria - ''terreiros'' - serão destinados à exibição de filmes, performances e práticas discursivas. Entre as obras selecionadas estarão clássicos, como "Pátio" (1959), primeiro filme de Glauber Rocha, e filmes de cineastas pouco conhecidos, como "Uma Carta para Tio Boonmee" (2009), ganhador da Palma de Ouro em Cannes, do tailandês Apichatpong Weerasethakul. As informações são do Jornal da Tarde.

29ª Bienal. Abertura para o público: sáb, 25/09. Vai até 12/12. Parque Ibirapuera, Portão 3, Pavilhão Ciccillo Matarazzo. De 2ª a 4ª: das 9h às 19h. 5ª e 6ª: das 9h às 22h. Sáb. e dom., das 9h às 19h. Tel. (011) 5576-7600 begin_of_the_skype_highlighting              (011) 5576-7600      end_of_the_skype_highlighting. Grátis.

Há sempre um copo de mar...Invenção de Orfeu - Jorge Lima

CANTO PRIMEIRO (fragmento)- Jorge Lima

FUNDAÇÃO DA ILHA

II

A ilha ninguém achou
porque todos a sabíamos.
Mesmo nos olhos havia
uma clara geografia.
Mesmo nesse fim de mar
qualquer ilha se encontrava,
mesmo sem mar e sem fim
mesmo sem terra e sem mim

Mesmo sem naus e sem rumos,
mesmo sem vagas e areias,
há sempre um copo de mar
para um homem navegar........




segunda-feira, 20 de setembro de 2010

29ª Bienal de São Paulo

Foto: Identidade visual da 29ª Bienal de São Paulo (2010)
29ª Bienal de São Paulo
25 setembro - 12 dezembro 2010
A 29ª Bienal de São Paulo está ancorada na ideia de que é impossível separar a arte da política. Essa impossibilidade se expressa no fato de que a arte, por meios que lhes são próprios, é capaz de interromper as coordenadas sensoriais com que entendemos e habitamos o mundo, inserindo nele temas e atitudes que ali não cabiam e tornando-o, assim, diferente e mais largo.
A eleição desse princípio organizador do projeto curatorial se justifica por duas principais razões. Em primeiro lugar, por viver-se em um mundo de conflitos diversos, onde paradigmas de sociabilidade são o tempo inteiro questionados, e no qual a arte se afirma como meio privilegiado de apreensão e simultânea reinvenção da realidade. Em segundo lugar, por ter sido tão extenso esse movimento de aproximação entre arte e política nas duas últimas décadas, se faz necessário, novamente, destacar a singularidade da primeira em relação à segunda, por vezes confundidas ao ponto da indistinção.
É nesse sentido que o título dado à exposição, “Há sempre um copo de mar para um homem navegar" – verso do poeta Jorge de Lima tomado emprestado de sua obra maior, Invenção de Orfeu (1952) –, sintetiza o que se busca com a próxima edição da Bienal de São Paulo: afirmar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela. É nesse “copo de mar” – ou nesse infinito próximo que os artistas teimam em produzir – que, de fato, está a potência de seguir adiante, a despeito de tudo o mais; a potência de seguir adiante, como diz o poeta, “mesmo sem naus e sem rumos / mesmo sem vagas e areias”.
Por ser um espaço de reverberação desse compromisso em muitas de suas formas, a mostra vai pôr seus visitantes em contato com maneiras de pensar e habitar o mundo para além dos consensos que o organizam e que o tornam ainda lugar pequeno, onde nem tudo ou todos cabem. Vai pôr seus visitantes em contato com a política da arte.
A 29ª Bienal de São Paulo pretende ser, assim, simultaneamente, uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida; momento de desconcerto dos sentidos e, ao mesmo tempo, de geração de conhecimento que não se encontra em nenhuma outra parte. Pretende, por tudo isso, envolver o público na experiência sensível que a trama das obras expostas promove, e também na capacidade destas de refletir criticamente o mundo em que estão inscritas. Enfim, oferecer exemplos de como a arte tece, entranhada nela mesma, uma política.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Atitude Estética

 http://www.enchanteddoll.com/ .
     A atitude estética, ou a «forma estética de contemplar o mundo», é geralmente contraposta à atitude prática, na qual só interessa a utilidade do objeto em questão. O verdadeiro negociante de terrenos que contempla uma paisagem só a pensar no possível valor monetário do que vê não está a contemplar esteticamente a paisagem. Para a contemplar dessa maneira teria de «a observar por observar», sem qualquer outra intenção — teria de saborear a experiência de observar a própria paisagem, tomando atenção aos seus detalhes, em vez de utilizar o objeto observado como um meio para atingir um certo fim.
   A atitude estética distingue-se também da atitude cognitiva. Os estudantes familiarizados com a história da arquitetura são capazes de identificar rapidamente um edifício ou umas ruínas no que diz respeito à sua época de construção e lugar de origem, ou ao seu estilo e a outros aspectos visuais. Contemplam o edifício sobretudo para aumentar os seus conhecimentos, e não para enriquecer a sua experiência perceptiva. Este tipo de habilidade pode ser útil e importante, mas não está necessariamente correlacionado com a capacidade de desfrutar a própria experiência da contemplação do edifício. A capacidade analítica pode eventualmente melhorar a experiência estética, mas pode também inibi-la. Quem se interessa por arte devido a um objetivo profissional ou técnico está particularmente sujeito a afastar-se da contemplação estética. Isto conduz-nos diretamente a outra distinção.
 A forma estética de observar é também diferente da forma personalizada de o fazer, na qual o observador, em vez de contemplar o objeto estético para captar o que este lhe oferece, considera antes a relação desse objeto consigo próprio. Quem não dá atenção a uma obra musical, usando-a apenas como estímulo para uma fantasia pessoal, acaba por não ouvir esteticamente, mesmo que pareça o contrário.
    Disto segue-se que muitos tipos de respostas aos objetos, incluindo às obras de arte, ficam à margem do campo da estética. O orgulho de possuir uma obra de arte, por exemplo, pode interferir na resposta estética. A pessoa que reage com entusiasmo perante os seus convidados ao ouvir uma sinfonia no seu próprio equipamento de som, mas que não reage à interpretação da mesma sinfonia quando a ouve através de um equipamento idêntico na casa do seu vizinho, não está sentindo uma resposta estética. O antiquário ou o diretor de museu — que ao escolher uma obra de arte tem que ter presentes o seu valor histórico, fama e época — pode sentir-se parcialmente influenciado pela apreciação do valor estético, mas a sua atenção desvia-se necessariamente para fatores não estéticos. Do mesmo modo, se uma pessoa aprecia uma peça de teatro ou um romance porque espera encontrar informações relativas à época e ao lugar em que a obra foi escrita, está a substituir o interesse pela experiência estética pelo interesse em adquirir conhecimentos. Se uma pessoa aprecia favoravelmente uma determinada obra de arte por esta ser moralmente edificante ou por «defender uma causa justa», está a confundir a atitude moral com a estética, o que também ocorre se a condenar por motivos morais e não conseguir separar essa censura da apreciação estética.

                                                  John Hospers

sábado, 4 de setembro de 2010

Grafitti

                                                                  GRAFITE

O grafite é o mais antigo registro gráfico do homem. Historiadores documentam seu retorno em outros espaços e tempos da Antiguidade, como Grécia e Pompéia. Em nossa contemporaneidade, o registro oficial que temos foi seu aparecimento em Paris, em maio de 1968,a partir de um movimento de opressão política que resultou em rebeliões de rua. De predominância verbal ou de protesto, também se encontram palavras de amor e humor. A partir desse despertar parisiense, logo outros relembram essa antiga possibilidade de registrar mensagens, extremamente livres, descompromissadas, anônimas e gratuitas.

Em 1972, quatro anos depois dos registros parisienses, já a nova onda irrompia em New York. Das paredes dos guetos e dos muros da periferia, as mensagens, letras e imagens passaram a pegar carona nos trens dos metrôs, foram combatidos pela polícia e conduziram alguns de seus autores à cadeia, enquanto outros eram conduzidos as mais importantes galerias, bienais e museus de Arte, não só dos Estados Unidos, como no mundo todo.

Segundo Jean Baudrillard, as grafites de New York não eram de conteúdo nem político e nem pornográfico, apenas nomes e sobrenomes, ou talvez pseudônimos, seguidos de endereços, nomes e números de ruas. Provenientes dos guetos nova-iorquinos, esta rebelião consistia em dizer: “Eu existo, eu ou o tal, eu habito esta ou aquela rua, eu vivo aqui e agora”. (BAUDRILLARD, 1979, p.37)

Instalada em Nova York, a novidade facilmente se espalhou como modismo por outras capitais. Um dos exemplos mais marcantes foi à cidade de Berlim, que viu seu muro, de 4,5 m de altura por 166 km de extensão, símbolo do autoritarismo perverso, preenchido por centenas ou milhares de imagens ao longo de aproximadamente, cinco anos. Construído em 1961, com o propósito de impedir a fuga dos berlinenses do leste, esse muro começou a receber as primeiras inscrições por volta de 1980.

Com o aparecimento de alguns provérbios, tais, como, “Poder é sempre sem amor, amor nunca é com poder; ou advertências como “O Muro deve permanecer”, logo muitas imagens também foram surgindo. Figuras humanas, rostos, paisagens, animais e esqueletos na maioria das vezes se organizavam num discurso visual de protesto à presença do muro. Símbolo da paz, como a pomba ou a estátua da Liberdade, ocuparam este espaço por algum tempo. Internacionalmente conhecido como Muro da Vergonha, esse espaço recebeu muitos artistas desconhecidos.

GRAFITE PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO 9ºANO NAS PAREDES DA ESCOLA SARAPIQUÁ, NA DISCIPLINA DE ARTES VISUAIS.
2009
2008

Pop-Art

Esta tela foi produzida pelas alunas do 9ºano, Cecília, Manuela, Marina e Daniela.Parabéns, belissíma criação.


Homenagem A Elias Andrade


Os alunos do Período Integral da Escola Sarapiquá, produziram esse quadro com referência nas obras do artista Elias Andrade, usando tinta acrílica e tinta dimensional sobre tela. Os alunos artistas: Caio B, Luiz Felipe, Caio M.,Fernando, Luc, Gil e Luara.




Elias Andrade ou Índio, como é mais conhecido, nasceu em Sambaqui, Florianópolis, na ilha de Santa Catarina, em 23 de janeiro de 1956.

Artista plástico autodidata tem suas obras expostas em vários países. Índio passa o tempo pescando, retirando ostras das pedras, desenhando na areia, ou “proseando” com seus vizinhos da Ponta do Sambaqui, na ilha de Santa Catarina, local aonde seus antepassados vieram morar em meados do século 19 e onde mora até hoje com sua família. Sua arte forte retrata essa vivência, o contato com a natureza e com os costumes, tradições e folclore desse povo, expressando que há de mais autêntico na alma dos “manézinhos da ilha”, tanto em seu cotidiano, como em seu imaginário.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Meyer Filho na visão dos alunos do 6º ano


MEYER FILHO – Itajaí/ SC, 1919 – Florianópolis/SC,1991.

Material de pintura entre os pães do piquenique, tudo ajeitado no porta malas de uma Rural, lá seguia a família Meyer para mais um dia de praia na Florianópolis dos anos 1960. Entre um sanduíche e um banho de mar, Meyer Filho acrescentava traços ao novo quadro. Qualquer hora era hora para ele criar. Até durante o expediente no Banco do Brasil, onde trabalhou como escriturário durante 30 anos e61 dias- fazia questão de computar-,deixava os afazeres de lado para desenhar...



Contador que era, somou 30 mil desenhos feitos na hora do cafezinho. Belo dia, num surto de inspiração, Meyer Filho utilizou o carimbo de numeração do banco para fazer explodir no papel mais um galo, tema que tornou sua marca registrada. No seu ateliê, preenchia os quadros com grafismos multicoloridos, encerrados em contornos negros, como fragmentos de um caleidoscópio.



Decidiu ser artista em 1946, numa época em que o academicismo reinava nas artes de Santa Catarina e em que, ao lado de poucos, precisou cavar espaço para o modernismo. Primeiro impôs sua narrativa transcendental nos principais centros culturais do país, para então ser reconhecido em sua terra.



Mesmo depois do reconhecimento, ainda era visto com olhos atravessados, dependurado em algum muro, espiando o quintal de uma casa açoriana para compor mais um quadro. Causou polêmica com pássaros em forma de pênis nas telas. Meyer Filho faleceu aos 71 anos em plena atividade, mas deixou uns cinco galos siderais órfãos: não sobrou tempo para ele assinar suas últimas criações.



Construtores das artes visuais – 30 artistas de Santa Catarina em 160 anos

De expressão-página 48




ERNESTO MEYER FILHO (1919/1991)
Nome marcante das artes plásticas catarinenses, Meyer Filho era natural de Itajaí. Funcionário aposentado do BB.
Abebeano de primeira hora, foi um dos cinqüenta sócios iniciais do clube. Pintor e escultor, se tornou famoso por seus galos multicoloridos. De estilo surrealista, fez parte do “Grupo Sul”, nos anos 50. Sua obra foi exposta na Semana da Cultura, em 1993, quando se comemorou o quadragésimo aniversário da AABB. No ano 2000, o Museu de Arte de Santa Catarina (MASC) sediou o evento “Muito além de Marte: o universo de Meyer Filho”, uma retrospectiva de sua vida e obra. Assinava seus trabalhos com a estranha sigla VLSTEMF (Via Láctea Sol Terra Ernesto Meyer Filho), pois acreditava em vidas em outros planetas, o que lhe valeu a alcunha de “Cidadão Marte”
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Mosaico Escher- Produção 7º ano/2009

Objetivo: Articular o conhecimento matemático e a produção artística utilizando como referência as obras do artista/ matemático Maurits Cornelis Escher.


Maurits Cornelis Escher (M. C. Escher, como preferia assinar), nasceu na Holanda em 1898, e lá morreu em 1972, sem o reconhecimento e o respeito que sua arte merecia. Isso infelizmente é muito comum – parafraseando Custer: “Artista bom, é artista morto”. O que aconteceu a Escher foi que os críticos de sua época (primeira metade do século XX), ainda cheios de preconceitos, consideravam a gravura um tipo de arte “menor”, como se o papel ao invés da tela, e a seriação desqualificassem o trabalho artístico em si. Ao mesmo tempo, a liberdade dos temas, o descompromisso com a realidade, e o humor presentes na obra de Escher, desconcertavam os críticos, que não sabiam apreciar ou classificar “aquilo” como arte.

Escher passou os primeiros anos de sua vida viajando e desenhando preferencialmente do natural, numa investigação quase científica da realidade visível. No ano de 1937 quando a situação na Europa foi se tornando cada vez mais difícil, teve que se refugiar na Bélgica, depois de volta à sua terra natal. A partir desse momento notamos que seu trabalho se torna mais introspectivo. O impulso direto de desenhar passou a vir quase sempre de invenções de sua própria imaginação. Escher passou a “tornar visíveis”- como diria Paul Klee – formas impossíveis, mundos estranhos e criaturas engraçadas.

Franklin Cascaes - Literatura de Cascaes - 6º ano -2010

Produções dos alunos do 6º ano 2010

Projeto da disciplina de artes visuais que visa unir duas manifestações culturais: o Processo de criação de Franklin Cascaes no suporte da Literatura de Cordel.





No decorrer de sua vida, Franklin Cascaes (1908-1985) expressou em forma de arte os estudos que realizou sobre a cultura açoriana na Ilha de Santa Catarina, seus aspetos folclóricos, culturais, suas lendas e superstições como se fora um ritual abstrato que atingisse a estrutura vital do mito. E fê-lo soberbamente, já que da pesca da tainha à cerâmica, dos cantos aos engenhos de farinha e açúcar, aprofundou, sobretudo o estudo que trata das lendas através de um desenho fantástico, cujo sentido mítico dimensiona uma criatividade genuína e profunda.


"Eu apricio boitatá e até dedico-lhe amizade por ser partícula de mim em combustão e eletricidade."



"Se não houvesse o medo, essas impressões todas, a vida seria muito mais pobre, seria uma coisa dura, seca, sem expressão."



"O ente sobrenatural de que o homem tem mais medo é ele mesmo, é de si mesmo. Ele tem medo da verdade. Ele tem medo de boitatá, que é fogo-fátuo, que está nele próprio."


Evgen Bavcar


   A obra do fotógrafo esloveno naturalizado francês Evgen Bavcar busca as relações possíveis entre a visão, a cegueira e a invisibilidade. Completamente cego dos dois olhos, Bavcar constrói as imagens fotografadas através de uma relação verbal com quem enxerga as fotos. É através do relato dos outros que surge para ele um universo ordenado à distância, mas capaz de alcançar uma intensidade espiritual ao resultar na obra de alguém que se apropria de algo que não vê. Recontar o que há no papel é, para Bavcar, uma maneira de transcender a imagem.


O mundo não é separado entre os cegos e os não cegos. A fotografia não é exclusividade de quem pode enxergar. Nós também construímos imagens interiores. Bavcar


Sugiro o filme Janela da Alma: Informações TécnicasTítulo no Brasil:  Janela da Alma
Título Original:  Janela da Alma
País de Origem:  Brasil
Gênero:  Documentário
Classificação etária: Livre
Tempo de Duração: 73 minutos
Ano de Lançamento:  2002
Site Oficial: 
Estúdio/Distrib.:  Europa Filmes
Direção: 
João Jardim / Walter Carvalho


Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade ­ se é que ela é a mesma para todos.

Arte, produção sensível.

"Se arte é produção sensível, se é relação de sensibilidade com a existência e com experiências humanas capaz de gerar conhecimento de natureza diverso daquele que a ciência propõe, é na valorização dessa sensibilidade, na tentativa de desenvolvê-la no mundo e para o mundo devolvê-la, que poderemos contribuir de forma inegável com um projeto educacional no qual o ensino de arte desempenhe um papel preponderante e não apenas coadjuvante".
 
             BUORO, Anamelia Bueno. Olhos que pintam: a leitura da imagem e o ensino da arte.

                   SP: Cortez 2002.p.41


Sebastião Salgado- Terra-Cia das Letras


"É dificíl entender só com palavras a vida (ainda mais quando ela é esta que se vê, severina."
João Cabral de Melo Neto.


"Mas há milhões desses seres
Que se disfarçam tão bem
Que ninguém pergunta
De onde essa gente vem."
Chico Buarque.