terça-feira, 19 de outubro de 2010

Fernando Pessoa

Fiquei um tanto "desassossegada"(buscando referência nas obras de Bernardo Soares um dos heteronimo de Fernando Pessoa) com as visitas em São Paulo, Pinacoteca e Bienal. O contato com as artes visuais e literárias causa um turbilhão de emoções e sensações intensas e incompreendidas, sensações estas que marcam e flecham o interior da gente com imagens, palavras, formas e cores. Segue abaixo,"alguns" muitos de Fernando Pessoa.




"Viver é ser outro. Nem sentir é possível se hoje se sente como ontem se sentiu: sentir hoje o mesmo que ontem não é sentir — é lembrar hoje o que se sentiu ontem, ser hoje o cadáver vivo do que ontem foi a vida perdida.
Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção — isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos".

Autor:Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
Livro do Desassossego por Bernardo Soares.Vol.I. Fernando Pessoa. (Recolha e transcrição dos textos de Maria Aliete Galhoz e Teresa Sobral Cunha. Prefácio e Organização de Jacinto do Prado Coelho.) Lisboa: Ática, 1982.
- 101.


"Eu não tenho filosofia: tenho sentidos…
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar…
Amar é a eterna inocência".


Autor: Fernando Pessoa (Alberto Caeiro)
Fonte: Obra Poética e em Prosa - O Guardador de Rebanhos.


"Sentir tudo de todas as maneiras,
Ter todas as opiniões,
Ser sincero contradizendo-se a cada minuto,
Desagradar a si-próprio pela plena liberalidade de espírito,
E amar as coisas como Deus".

"Fui educado pela Imaginação,
Viajei pela mão dela sempre,
Amei, odiei, falei, pensei sempre por isso,
E todos os dias têm essa janela por diante,
E todas as horas parecem minhas dessa maneira".

"Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo".



Autor: Fernando Pessoa (Álvaro de Campos)
Poemas: Passagem das Horas e Tabacaria

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