sábado, 4 de setembro de 2010

Grafitti

                                                                  GRAFITE

O grafite é o mais antigo registro gráfico do homem. Historiadores documentam seu retorno em outros espaços e tempos da Antiguidade, como Grécia e Pompéia. Em nossa contemporaneidade, o registro oficial que temos foi seu aparecimento em Paris, em maio de 1968,a partir de um movimento de opressão política que resultou em rebeliões de rua. De predominância verbal ou de protesto, também se encontram palavras de amor e humor. A partir desse despertar parisiense, logo outros relembram essa antiga possibilidade de registrar mensagens, extremamente livres, descompromissadas, anônimas e gratuitas.

Em 1972, quatro anos depois dos registros parisienses, já a nova onda irrompia em New York. Das paredes dos guetos e dos muros da periferia, as mensagens, letras e imagens passaram a pegar carona nos trens dos metrôs, foram combatidos pela polícia e conduziram alguns de seus autores à cadeia, enquanto outros eram conduzidos as mais importantes galerias, bienais e museus de Arte, não só dos Estados Unidos, como no mundo todo.

Segundo Jean Baudrillard, as grafites de New York não eram de conteúdo nem político e nem pornográfico, apenas nomes e sobrenomes, ou talvez pseudônimos, seguidos de endereços, nomes e números de ruas. Provenientes dos guetos nova-iorquinos, esta rebelião consistia em dizer: “Eu existo, eu ou o tal, eu habito esta ou aquela rua, eu vivo aqui e agora”. (BAUDRILLARD, 1979, p.37)

Instalada em Nova York, a novidade facilmente se espalhou como modismo por outras capitais. Um dos exemplos mais marcantes foi à cidade de Berlim, que viu seu muro, de 4,5 m de altura por 166 km de extensão, símbolo do autoritarismo perverso, preenchido por centenas ou milhares de imagens ao longo de aproximadamente, cinco anos. Construído em 1961, com o propósito de impedir a fuga dos berlinenses do leste, esse muro começou a receber as primeiras inscrições por volta de 1980.

Com o aparecimento de alguns provérbios, tais, como, “Poder é sempre sem amor, amor nunca é com poder; ou advertências como “O Muro deve permanecer”, logo muitas imagens também foram surgindo. Figuras humanas, rostos, paisagens, animais e esqueletos na maioria das vezes se organizavam num discurso visual de protesto à presença do muro. Símbolo da paz, como a pomba ou a estátua da Liberdade, ocuparam este espaço por algum tempo. Internacionalmente conhecido como Muro da Vergonha, esse espaço recebeu muitos artistas desconhecidos.

GRAFITE PRODUZIDO PELOS ALUNOS DO 9ºANO NAS PAREDES DA ESCOLA SARAPIQUÁ, NA DISCIPLINA DE ARTES VISUAIS.
2009
2008

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