sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Kitsch


Por Raquel Sabota

Inspirada na estética do documentário do apresentador Abelardo Barbosa (o vulgo Chacrinha) numa das reuniões de formação de professor na Escola Sarapiquá, surgiu o desejo de experimentar, de fazer, de refletir e questionar o que é brega?? O que é ser cafona??? Porquê os rótulos???? Será que não é uma questão de perspectiva, de ponto de vista, ou seja, de multiplicidade de olhares???E o “cafona” se vê como cafona?? Ou será que cafona somos nós perante o olhar dele??
“Se o apolíneo se fecha em sua perspectiva, o dionisíaco abre-se a outras, daí estar mais próximo do perspectivismo, essa teoria do conhecimento do Nietsche que busca significados profundos pela multiplicidade de olhares sobre uma mesma coisa” (Claret, Martin, Para além do bem e do mal, Nitzsche,2008,p.12).
Partindo desse princípio veio a seguinte questão: Como articular esses questionamentos sobre a figura do Chacrinha com o conhecimento de artes? Imediato veio essa confirmação: O Chacrinha é Kitsch! Esse termo kitsch é utilizado para designar o “mau gosto” artístico e produções consideradas de qualidade “inferior”, utilizo os termos “mau gosto e inferior” com todo o respeito e sob outra perspectiva, a perspectiva do interessante e do provocativo, não desmerecendo o significado dessa tendência. É de mau gosto, porque não está dentro de padrões estabelecidos pela nossa sociedade? O conceito de Kitsch aparece no vocabulário dos artistas e colecionadores de arte em Munique, em torno de 1860 e 1870, com base em kitschen, [atravancar], e verkitschen, [trapacear] (vender outra coisa no lugar do objeto combinado), o que denota imediatamente o sentido pejorativo que o acompanha desde o nascimento. O nascimento do Kitsch é localizada no romantismo pela ênfase observada na expressão dos sentimentos e das emoções (quem nunca viu o pingüim em cima da geladeira das casas das avós, os bonecos dos sete anões nos jardins da casa, objetos pendurados no espelho do carro, o kichute, a conga, foto antiga do casal pendurada na parede, certificado de curso pendurado na parede, coleção de souvenirs-adoroooooooo) o que na literatura, por exemplo, toma forma do melodrama e da literatura popular, quer exemplo melhor que aqueles romances de livraria: Sabrina. Negação do autêntico, cópia e artificialidade são os significados freqüentemente associados aos objetos e produções kitsch, encontráveis tanto nas artes visuais, na literatura e na música, quanto no design e na profusão de produtos que cercam o cotidiano: souvenir turístico, miniatura, adorno, objetos de decoração e devoção, talismã religioso e muitos outros objetos e elementos decorativos.

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